| Autora: Kathryn Harvey | Selo: Universo dos Livros | Páginas: 520 | ISBN: 9788579303494 | Skoob | Comprar |
No andar de cima de uma loja exclusivamente masculina na Rodeo Drive existe um clube privado chamado Butterfly, um espaço em que as mulheres são livres para expressar suas fantasias eróticas mais secretas. Somente as mulheres mais belas e poderosas de Beverly Hills são convidadas a entrar: Jessica, uma advogada que suspira pela época em que os homens eram machos e as mulheres satisfaziam seus prazeres; Trudie, uma construtora que quer um homem que a desafie, em todos os sentidos e sem tabus; e Linda, uma cirurgiã que usa máscaras para desmascarar os desejos que esconde até de si mesma. Contudo, a mais misteriosa de todas as mulheres é a que criou o Butterfly. Ela mudou o nome, o sotaque, até mesmo o rosto para esconder sua verdadeira identidade. E agora está prestes a revelar seu passado para concretizar a obsessão secreta que a levará além do êxtase...
Devo começar dizendo que Butterfly não foi nada do que eu esperava. Pela capa e sinopse eu estava crente que se trataria de um romance erótico, estava até receosa de ler, ainda bem que arrisquei, mesmo sendo considerado um livro erótico, a obra da Kathryn Harvey é muito mais e melhor do que eu poderia esperar. Butterfly foi uma das minhas melhores leituras de 2014!
Butterfly tem vários personagens, ele narra a estória, contando um pouco do dia a dia de 4 mulheres que têm suas vidas conectadas por um lugar em comum. Vemos o amadurecimento de cada uma. São mulheres fortes, independentes, algumas com traumas e outras que deixam ser guiadas pela sede de vingança, todas sentem falta de algo nas suas vidas pessoais.
Butterfly é um elitizado e exclusivo clube de sexo, onde suas afiliadas conseguem satisfazer todo e qualquer sonho erótico, tendo uma equipe sempre a postos para o que precisar; muitas vão lá para realizar suas fantasias e outras, vão em busca de ajuda para superar problemas que vão muito além de algo simplesmente sexual. Detalhe, o clube só aceita mulheres como sócias.
‘‘Era uma história tão antiga quanto as rochas das montanhas: as mulheres vendendo e os homens comprando. Por que nunca era de maneira inversa?’’
Butterfly vai muito além de qualquer coisa que eu poderia escrever nessa resenha. Ao longo da leitura acompanhamos a trajetória da jovem Rachel que ama ler e que até hoje, dentre todos os livros que já li, é a protagonista que eu mais vi sofrer e que mais se superou, refleti muito com ela. Acompanhamos a estória de outras personagens, mas a Rachel é a protagonista do livro e a estória dela é de deixar o queixo caído.
Eu não posso falar muito sobre a Rachel, pois seria um grande spoiler, vou citar algumas coisas sobre ela: ela sofreu abuso do pai e do primeiro namorado, foi forçada a se prostituir, entre outras coisas que marcaram a sua alma, mas que de forma alguma a definem, e ela deu a volta por cima, e que volta, ela realmente mostra o que a determinação de uma pessoa é capaz de fazer, mesmo que essa determinação seja por vingança; e a curiosidade de saber o desfecho dessa estória nos compele a devorar página por página.
‘‘ – De qualquer forma, isso aconteceu há muito tempo e em um mundo que já não existe. Mas desde então, passei a depositar minha fé no dinheiro. Idolatro dinheiro, Beverly. E sempre o farei. E se você for inteligente, prestará atenção ao que lhe digo. Dinheiro é poder, Beverly. Dinheiro é a chave para a liberdade. O dinheiro permitirá que você faça tudo o que quiser. Entende o que eu digo?''
Butterfly nos apresenta uma realidade bárbara, chocante, degradante e revoltante. Tem corrupção, intriga, mistérios e planos de vinganças muito bem orquestrados (o que me lembrou um pouco o seriado Revenge, para quem gosta, fica a dica). Também vemos o que acontece com várias mulheres que tentam superar circunstâncias adversas e como elas conseguem mudar algum aspecto importante da sua realidade.
Mesmo que o clube Butterfly dê a impressão de ser um livro erótico, ele não tem muitas cenas de sexo e as que têm não são detalhadas não podendo ser comparado a 50 tons de cinza, paixão sem limites e outros livros do gênero, por exemplo. Alguns dos temas abordados foram mais fortes do que uma cena de sexo jamais seria.
‘‘(...) E ele conhecia o poder do seu sorriso. Ele o lançava para sua congregação e eles enlouqueciam, tanto homens quanto mulheres. Todos os homens verão o que você parece ser, escreveu Maquiavel. Poucos saberão o que de fato é. As multidões são sempre impressionadas pela aparência, e o mundo é feito de multidões.’’
É impossível não sentir empatia pela maioria dos personagens e não lhes desejar o melhor. Os personagens têm características únicas e são ricamente desenvolvidos, a escrita da autora é muito boa. O final, ao meu ponto de vista foi perfeito. Agora estou curiosa para saber o que me aguarda no segundo volume (que pelo que eu vi narrará a estória de novos personagens).
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