[Resenha] Entre o Agora e o Nunca - #1 - J. A. Redmerski




Autor: J. A. Redmerski Selo: Suma de Letras | Páginas: 361 | ISBN: 9788581051406 Skoob |Comprar|

“Camryn Bennett desistiu do amor. Após a morte de Ian, sua alma gêmea, e uma experiência infeliz com um namorado infiel, a jovem de 20 anos tem certeza que jamais se apaixonará de novo. Porém, quando abandona sua vidinha sem futuro e embarca de ônibus para qualquer lugar, suas convicções são abaladas por Andrew Parrish, um jovem bonito e misterioso que parece determinado a perturbar a paz da colega de estrada. Os dois tentam ignorar a atração sexual e a paixão cada vez mais óbvias, pois esse amor indesejado pode ser a causa de ainda mais sofrimento. Camryn e Andrew descobrem que o caminho para a felicidade está cercado pela dor de velhas mágoas. Na luta entre a mente e o coração, o importante é não duvidar do destino.”

À primeira vista o livro é perfeito, sua capa monocromática mostrando Cam com seus cabelos loiros trançados, deixa uma ideia romântica para o leitor. Com uma estrutura narrativa em primeira pessoa de fácil compreensão, os capítulos vão se alternando entre a Camryn e o Andrew. Cada um contando sua visão, mas sem perder a ordem cronológica da história o que induz o leitor a seguir em frente guiado pela curiosidade de saber o que o Andrew ou a Cam acham sobre o que aconteceu. Sendo assim, eu me senti a melhor amiga dos dois, a quem eles ligavam no final do dia para confidenciarem suas aventuras e medos. São 361 páginas de tirar o fôlego.

No decorrer da leitura percebe-se que não só a capa manda muito bem, como também o enredo. O romance fala da aventura de dois jovens que caíram na estrada para amenizarem fatos difíceis de suas vidas, seja a depressão de Camryn e seus relacionamentos familiares conturbados ou a doença do pai de Andrew.

“Sempre achei que a depressão fosse algo supervalorizado, pelo modo como as pessoas usam essa palavra a toda hora (como aquele palavrão que começa com A que eu nunca mais vou dizer pra nenhum cara enquanto eu viver). Quando eu estava no colégio, as meninas muitas vezes comentavam que estavam “deprimidas” e que a mãe as levava para um analista para tomar remédios, e aí elas se reuniam para experimentar os comprimidos umas das outras. Depressão, para mim, significava três palavras: tristeza, tristeza e tristeza.(...) Eu sinto pena das pessoas. Sempre senti. Jamais gostei de ver alguém sofrendo, mas admito que quando alguém falava em depressão, eu revirava os olhos e ia cuidar da minha vida.”

Eles se encontram logo no início da viagem, começam como estranhos, tornam-se amigos e o tão esperado acontece. Toques divertidos na relação dos dois aguçam os sentidos do leitor. Consegui visualizar o Andrew como uma perfeição da natureza, másculo, protetor e carinhoso. Qual garota, em sã consciência, não se apaixonaria por um homem assim? Já a Camryn, a garota da capa podou um pouco minha criatividade em visualizar o personagem, mas imagino que seja loira, alta e belíssima pelas várias descrições apaixonadas que o Andrew faz dela.

 “Eu me curvo para a frente, esfregando um músculo do pescoço, dolorido por ter dormido em cima do braço, e então me viro para olhar para o cara. Ele está dormindo? Como alguém pode dormir com música tão alta nos ouvidos? O ônibus está um breu, exceto pelos poucos fachos das luzes de leitura acima das poltronas, iluminando livros e revistas, e as luzinhas verdes e azuis lá na frente, no painel do motorista. O sujeito sentado atrás de mim está mergulhado na escuridão, mas consigo ver um lado do rosto dele à luz do luar. Fico olhando para ele por um segundo, e então me ajoelho na poltrona e me debruço por cima do encosto, esticando o braço e batendo na perna dele. Ele não se mexe. Bato mais forte. Ele se espreguiça e abre lentamente os olhos, me vendo com a barriga apoiada no encosto da poltrona. Ele tira os fones dos ouvidos, deixando a música fluir dos pequenos alto-falantes.”

Começa assim, não uma história de amor qualquer, mas uma aventura romântica picante e divertida entre os dois. Com a mochila nas costas, parando e trabalhando de lugar em lugar eles vão colecionando fatos que se lembrarão para sempre e deixa o livro ainda mais atraente levando o leitor a viajar junto. Por várias vezes, ao ler, escutei o Andrew cantando nos bares, aquela voz de "travesseiro" sensual e a meia luz, tudo muito envolvente. 
A história é leve e agradável, muito fácil de ler sem parar. E os fatos que acontecem do meio para o fim do livro provocam uma emoção que vale a pena todo o tempo investido na leitura. Se bem que acontece tudo de forma muito súbita, e em poucas páginas todo o drama se desenrola. Talvez esse seja o único defeito do livro, pois poderia ser melhor trabalhado afim de prender o leitor no auge do romance por mais tempo.

“Quando Andrew começa a cantar, parece que tenho uma mola no pescoço. Paro de me balançar e jogo a cabeça para trás, sem conseguir acreditar no que estou ouvindo; um blues tão cativante. Ele fica de olhos fechados enquanto canta, sua cabeça balançando no ritmo quente e cheio de alma e canção. E quando começa o refrão, Andrew tira meu fôlego.”

Esse livro chegou para mim como um presente de meu esposo que odeia ler, e foi uma mega surpresa ele acertar na primeira tentativa. Não conhecia a obra nem sua autora até o momento que iniciei a leitura, mas me apaixonei assim que me foi apresentado os personagens. Tenho que dar esse crédito a ele, mas acredito que ele teve muita ajuda na livraria. 

Particularmente gosto de livros que me sequestram do lugar comum. Livros que me fazem sonhar com uma vida diferente, sem rotina e sem obrigações. O gênero da obra é New Adult, mas deveria haver um gênero "Suspiros sem fim" e este se enquadraria perfeitamente. Acredito que esse foi um que o fez com louvor. Indico para o publico adulto, sonhador e acima de tudo apaixonado.

"J. A. Redmerski é a autora de The Edge of Never, da trilogia Darkwoods e Dirty Eden . Ela é fã de lobisomens e zumbis, viciada em livros e obcecada pelo universo de The Walking Dead. Ela mora em North Little Rock, Arkansas, com seus três filhos e um maltês." - Skoob


Jádia Santos

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