[Resenha] Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick




| Autor: Matthew Quick | Selo: Intrínseca | Páginas: 223 | ISBN: 9788580573954 | Skoob | Comprar |



Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich.
Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto.
Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 

Perdão, Leonard Peacock é um daqueles livros que li por indicação, ou por um blogueiro dizer que era muito bom, e nesse caso foi o Ronaldo do blog  Livro sobre livros , mas admito que esperava muito mais do livro e talvez tenha sido esse o meu pecado.

O livro nos fala sobre Leonard Peacock um garoto que em seu aniversário de 18 anos resolve assassinar seu ex-melhor amigo(se é que isso existe) e a si próprio no que ele chama de homicídio-suicídio, e antes de fazer isso com a P-38 do seu avó, uma arma Nazista que dá outro quê a história, ele resolve encontrar pessoas que ele julga importantes na sua vida; conhecendo assim sua vida, seu passado, suas atitudes.


“Quero dar para cada um algo que os faça se lembrar de mim.Para que saibam que eu realmente me preocupo com eles e que lamento não ter sido mais do que fui – não poder ter continuado perto -, e que o que acontecerá hoje não é culpa deles.”

Leonard Peacock. Mesmo tanto tempo em que pude refletir sobre esse livro, eu ainda não encontro as palavras adequadas para falar sobre esse protagonista que nos guia por seus pensamentos, tormentos e sentimentos. Possuo com ele todo um relacionamento ambíguo, algo que varia entre o amor, a compaixão, o ódio e a raiva. Nunca senti isso antes então me perdoem se algo faltar.

Ele possui características tão incomuns, mas que invariavelmente é alvo do meu amor. Ele é ácido, mas aquela acidez que queima, ele é irônico e questionador, além de claro ser incoerente com uma leve dose de hipocrisia. Disse que ele é cruel também? Sabe por que gosto tanto dessas características? Porque são personagens assim que me fazem relaxar, apenas por dizer o que penso com constância. Embora isso seja motivo de raiva. Incoerente demais. Leonard é tão egocêntrico em muitos momentos que sua incoerência beira ao forçado e ai eu deixo de gostar dele.

Existe uma passagem do livro em que seu amigo lhe diz “ Problemas de Primeiro Mundo. É isso o que você tem.”, e não posso deixar de concordar, mas em outros momentos seus pensamentos são tão reais e tão como eu acredito que me divido inteira. Às vezes, quando lia o mesmo pensamento que surgiu em "Os 13 Porquês"  reapareceu: como ninguém é capaz de notar uma pessoa que esta prestes a se suicidar?

E eu começo a retomar uma série de questionamentos que não vem ao caso.


“(...) a verdade não importa, e quando as pessoas fazem uma ideia terrível de você, é assim que você será visto, não importa o que faça.”

Os outros personagens, cada qual com sua personalidade, dá um equilíbrio ao livro embora alguns deles sejam clichês. Poderia citar alguns, embora amor e família estejam envolvidos e vocês já podem imaginar os grandes vilões deste livro. A mãe de Leonard, Linda é tão absurda em seu comportamento, Lauren, a garota que ele é apaixonado, é tão bom coração. O livro é repleto de altos e baixos, em todos os aspectos.

O livro não me abalou tanto. Esperava que o livro me arrancasse o desespero, e me tornasse intrinsecamente ligada por ele, pelo tema. Mas ele não despertou, com exceção de alguns momentos, o sentimento que sentia a todo momento em que li "Os 13 Porquês".

O final dele é interessante, porque me surpreendeu. O livro utiliza enormes artifícios e não apenas os pensamentos do protagonista, como sua visão do futuro através de cartas e diálogos para embasar o final.
Matthew Quick continua com sua narrativa semelhante a “ O lado bom da vida” embora esse livro tenha me prendido mais que o outro. Mas a narrativa dele jamais mudará, ele lançará todas suas surpresas no final, deixando seu livro no meio morno, muito morno. Apesar de tudo isso, Quick ganhou meu coração como leitora por alguma razão desconhecida, talvez por ele me surpreender.

Editora Intrínseca não erra, mantendo a capa original, a diagramação e as folhas amarelas, além de todos os detalhes que deram a diferença entre os diferentes tipos de texto do livro.

Perdão, Leonard Peacock é um livro diferente, embora poderia ter sido melhor em alguns aspectos, mas ao ler os agradecimentos do livro, entendo mais o que faz ele ser assim. O livro tem romance, tem dor, drama e até mesmo uma gotinha de ficção cientifica que dá todo um equilíbrio. Recomendo pelas reflexões e lições, mas não para alguém que esteja à procura de um livro que envolva suicídio.




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