[Resenha] A Corte do Ar - Jackelian - Livro 01 - Stephen Hunt





| Autor: Stephen Hunt | Páginas: 544 | Selo: Saída de Emergência | INBS: 9788567296043| Skoob | Comprar |

Sinopse: Quando a órfã Molly Templar testemunha um assassinato brutal no bordel onde foi colocada como aprendiz, seu primeiro instinto é correr de volta para o orfanato em que cresceu. Ao chegar lá e encontrar todos os seus amigos mortos, percebe que ela era o verdadeiro alvo, pois seu sangue contém um segredo muito cobiçado pelos inimigos do Estado. Enquanto isso, Oliver Brooks é acusado pela morte do tio, seu único familiar, e forçado a fugir na companhia de um misterioso agente da Corte do Ar. Perseguido pelo país, Oliver se vê cercado de ladrões, foras da lei e espiões, e pouco a pouco desvenda o segredo que destruiu sua vida. Molly e Oliver serão confrontados por um poder antigo que se julgava destruído há milênios e que agora ameaça a própria civilização. Seus inimigos são implacáveis e numerosos, mas os dois órfãos terão a ajuda de um formidável grupo de amigos nesta aventura cheia de ação, drama e intriga.


 A Corte do Ar é um livro incrível, futurista e retrô ao mesmo tempo, rico nos detalhes, com uma grande aposta no gênero Steampunk. Seus personagens variados e cheios de personalidade dão um toque que o torna único.

Antes de começar preciso explicar sobre esse gênero, pois acredito que muitos não o conhecem.

Steampunk é um subgênero da ficção científica, ou ficção especulativa, que ganhou fama no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. Trata-se de obras ambientadas no passado, ou num universo semelhante a uma época anterior da história humana, no qual os paradigmas tecnológicos modernos ocorreram mais cedo do que na História real, mas foram obtidos por meio da ciência já disponível naquela época - como, por exemplo, computadores de madeira e aviões movidos a vapor. É um estilo normalmente associado ao futurista cyberpunk e, assim como este, tem uma base de fãs semelhante, mas distinta. Fonte

Nesta história temos Molly, uma órfã que pega os pecados no internato miserável onde vive. É obrigada a trabalhar, limpar, seguir inúmeras regras, e não pode nem chegar perto dos livros. Nesse estranho universo a leitura não é considerada útil às mulheres. Especialmente as órfãs.

Molly consegue um emprego inusitado do qual ela não pode opinar... Uma casa de ''prazeres masculinos'' por assim dizer. No entanto em sua primeira noite lá, ela testemunha um crime. Ao voltar correndo ao orfanato percebe que muitas pessoas sumiram e outras morreram.

Oliver Brooks é um rapaz desprezado pela sociedade, se não fosse pelo seu taciturno tio ele nem teria um teto devido a um triste passado. Em certa noite seu tio juntamente com outras pessoas é morto na hospedaria, e mesmo a policia sabendo que não foi Oliver, decidem jogar a culpa sobre o pobre órfão.

''Sem autorização para montar um negócio próprio nem para aprender um ofício, condenado a assinar o livro de registros do condado uma vez por semana, evitado pela maior parte das pessoas da cidade, dando pequenos recados para o tio, de maneira a manter-se ocupado e não atrapalhá-lo demais, Oliver sequer podia sair dos limites da paróquia sem ser declarado foragido e procurado. ''

É claro que o destino cruza os caminhos de Molly e Oliver juntamente com uma organização secreta conhecida como a corte do ar.

Preciso dizer que fiquei confusa em muitas partes do livro, não é uma leitura fácil, nem uma narrativa simples. Para quem está acostumado com o gênero Steampunk pode ser simples a leitura, mas para mim que tive meu primeiro contato com ele, foi bem complicado. O livro é muito rico em detalhes, diálogos crucias, informações que você deve perceber  durante a leitura se tiver prestando muita atenção. Se você é do tipo de leitor distraído, corre-se o risco de perder-se facilmente.

Eu adorei essa experiência, todo esse universo criado por Stephen Hunt é fantástico, você fica totalmente alheio ao tempo e o espaço. O cenário é rico para a imaginação, lá você encontra muitos dirigíveis a ar quente, homens-vapor (robôs), que chamam Molly de corpo macio rs. Têm cidades com nomes como Açomédio, Mecância e Tristesperança. O livro todo é passado em um tempo que me recorda a época da revolução industrial. Muita fumaça, coisas a ferro, graxa... É claro que nessa história, apesar de nos parecerem os tempos antigos, eles têm uma tecnologia muito avançada. E para os amantes do sobrenatural, nada de desânimo! O livro possui bruxas, feiticeiros e vários seres sobrenaturais... A própria Molly tem um poder. 

''- Mas e o amor? - Perguntou Molly,- Essa é a maior mentira de todas - retorquiu Fairborn. - Um comichão biológico que a avisa que chegou a hora de começar a fazer pequeninas cópias de você. Além de enfraquecer seu corpo, devasta sua beleza.Acredite no que digo a você, Molly, se alguma vez houve um príncipe encantado à nossa espera em um cavalo, deve ter se perdido em alguma parte do caminho. O amor é como a gripe do inverno: desaparece gradualmente depois da estação. O melhor é você aprender a dominá-lo, embrulhá-lo, etiquetá-lo com um preço e começar a construir um futuro para você com ele. ''

A narrativa é em terceira pessoa, narrado ora por Molly, ora por Oliver, o que nos deixa ter uma boa perspectiva dos fatos por ambos os olhares.
O livro é muito dinâmico, você não terá nenhum momento chato. Na verdade terá que manter os olhos bem abertos para não perder nada, pois tudo acontece de uma forma muito rápida.
Ver a evolução dos personagens no decorrer da história é fantástico. Molly e Oliver são como crianças no inicio, no final são adultos poderosos. 
O livro possui muita simbologia, é repleto de frases e trechos de efeito mergulhando o leitor nessa disputa politica que molda o destino de tantos personagens. Vários serão os momentos de reflexão.

Agora falando em diagramação... Que bárbaro! As folhas são uma delicia de se tocar, nunca vi nada igual. Lembrou-me as folhas da Bíblia, mas não se preocupe, pois não da para ver do outro lado, e claro, são amareladas. Letras de excelente tamanho. A capa é linda! Têm um detalhe que me lembrou um submarino kkk. Tipo uma janela do dirigível, e no fundo ele. Rico também em detalhes internos, até a foto do autor fica em uma janelinha.
No final do livro temos um glossário de Chacália, pois o número de palavras desconhecidas criadas por Hunt, é grande.
Ainda que eu nem lesse a sinopse, compraria ele apenas pela capa =)




Esse livro faz parte da coleção bang! Não conhece?
Vou colocar um trecho que explica: 

''(...) Vamos publicar apenas os grandes livros dos grandes autores. Todas as obras são válidas desde que ignorem as limitações do realismo. Queremos mexer com sua cabeça. Mas um click não basta. É preciso um bang!''



6 comentários

  1. Ainda não havia lido nenhuma resenha de "a corte do ar", na verdade nem ler a sinopse eu li. mas agora fiquei interessada, amo ficção científica então acho que irei gostar do livro, e "ual" essa capa é muito bem trabalhada

    Beijos, Thaynara

    http://livroscombolinhos.blogspot.com.br/

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  2. Li os 3 primeiros volumes desta série, e uma que caiu no meu gosto. Curiosa com os livros da sequência.
    Bjs, Rose.

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  3. Steampunk, steampunk... agora estou em dúvida se compro este ou "Alma?". Já leu "Alma?"? Quem vence? rs

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  4. Os dois kkkkkk Não li Alma, mas eu lhe recomendo A Corte do Ar, é muuuuito bom. Mas na dúvida, compre os dois XD

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  5. Obrigada por comentar! A capa é linda mesmo, ele é rico em detalhes, muito bem trabalhado.

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  6. Terminei de ler o livro... Apesar de ter sido com algum custo, devido ao desenvolvimento lento da história. No entanto, no fim não consegui descortinar quem é Fladdock...alguma sugestão?

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