[RESENHA] Aprisionada - Trilogia Do Jardim Químico #01 - Lauren DeStefano


| Autora: Lauren DeStefano | Editora: Underworld | Páginas: 287 | ISBN: 9788564025288 Skoob |  Comprar |


Graças à ciência moderna, os seres humanos se tornaram bombas-relógio genéticas. Os homens vivem apenas até os 25 anos e as mulheres até os 20 anos. Neste cenário desolador, as meninas são raptadas e forçadas a casamentos poligâmicos para manter a população longe da extinção. Quando Rhine Ellery de dezesseis anos é raptada pelos Coletores para se tornar uma noiva, ela entra em um mundo de riqueza e privilégio. Apesar do verdadeiro amor do seu noivo marido Linden, e uma tênue confiança entre as irmãs de seu esposo, Rhine tem um propósito: fugir para encontrar seu irmão gêmeo e ir para casa. Mas Rhine tem mais coisas a enfrentar que a perda de sua liberdade. O pai excêntrico de Linden está obcecado em encontrar um antídoto para o vírus genético que está lentamente se aproximando de seu filho, mesmo que isso signifique coleta de cadáveres a fim de testar seus experimentos. Com a ajuda de Gabriel, um servo que confia, Rhine tenta libertar-se, no curto tempo que ainda resta. 

Esse foi um livro que me surpreendeu. Eu esperava que ele fosse péssimo, sem pé nem cabeça, eu achei a sinopse estranha, rs, e eu só conseguia pensar: "Sério?  os personagens vão morrer, os homens aos 25 anos e as mulheres aos 20, qual é a lógica disso? Como é possível um ser humano ter data de validade?’’. Só que Aprisionada é intrigante e instigante e eu não conseguia largá-lo, sempre que eu tinha que deixar a leitura de lado, eu ficava ansiosa para saber o que aconteceria em seguida. 

Aprisionada é narrado em primeira pessoa sob o ponto de vista da Rhine. Como a sinopse diz, Rhine é sequestrada e se vê numa mansão com outras duas garotas, Cecily e Jenna, que também foram sequestradas, apesar de terem sido unidas por uma situação horrenda elas se tornam "esposas irmãs" e criam um elo de amizade e companheirismo que se fortalece durante o livro. Vivem uma realidade paralela à do resto do mundo, mas como a sinopse também explica, elas estão fadadas a morrerem quando completarem 20 anos. Elas foram traficadas, já que as mulheres morrem aos 20 anos, elas são poucas e devem reproduzir herdeiros para seus companheiros, os homens ricos que compram essas jovens normalmente são bígamos. Rhine sabia dos tipos de perigos existentes para as jovens moças e sempre se cuidava, um momento de descuido foi o suficiente para se tornar uma vítima.

''Eu sei que garotas desaparecem, mas muita coisa pode acontecer depois disso. Será que vou ser assassinada e abandonada? Vendida para me tornar prostituta? Esse tipo de coisa acontece. Só existe uma única opção além dessas. Eu poderia me tornar uma noiva. Eu já as vi na televisão, de braços dados com um homem rico que está chegando à idade fatal de vinte e cinco anos. ''

Elas têm um sogro excêntrico e sinistro, que é o vilão, um o lobo em pele de cordeiro que manipula o filho e o mantém aprisionado sem que o próprio perceba o que está acontecendo, ele torna o filho ignorante. Vocês, assim como eu, devem estar se perguntando: mas como ele está vivo se, segundo a própria sinopse, os homens morrem aos 25 anos? Eles morrem, mas existe a primeira geração que recebeu melhorias genéticas, essa primeira geração são os pais e avós dessa nova geração e é o que o pai de Linden é, um primeira geração e essa geração pode viver por mais de 100 anos, irônico né, que eles tenham que ver seus descendentes falecerem, só que o Senhorio Vaughn (o velho dono da casa) não aceita a ideia de ver seu único filho morrer e chega a fazer experiências genéticas para tentar descobrir um antídoto contra essas morte precoces, o que na minha opinião o faz ser o cientista maluco, vocês não tem noção das atrocidades que esse individuo é capaz, mas como dizem ‘‘situações desesperadas pedem medidas desesperadas.’’.

Rhine sabe que aquela não é a sua casa e mesmo que às vezes se sinta bem na casa do seu raptor, na companhia de seu marido e esposas irmãs, ela nunca consegue esquecer como ela foi parar ali e o que aconteceu com as garotas que não tiveram a sorte de serem escolhidas pelo Governador Linden, seu marido.

''- O que o destino uniu, que nenhum homem separe.                                                                   O destino, eu penso, é um ladrão.'' 

Durante o livro todo ela fica com a ideia de fugir, só que a casa não é apenas uma mansão, é também uma prisão e elas não tem liberdade de sair do andar das esposas, então fica claro para Rhine que ela terá que conquistar a confiança de seu ingênuo e doce marido. Rhine é calculista e sempre quando ela está quase cedendo àquele mundo de mimos e luxo a narradora nos lembra quem ela foi obrigada a largar para estar naquele lugar.

Consigo ouvir a voz de Jenna dizendo, ''não esqueça de como chegou aqui. Não esqueça.''

E é em meio a esse turbilhão de emoções que conhece Gabriel, o servo, que está ali desde sempre, que é a primeira pessoa com quem nossa protagonista tem contato quando acorda naquele lugar estranho. 

Ao decorrer do livro conhecemos um pouco mais sobre Linden e Gabriel, esses dois personagens masculinos, que de uma forma única conseguiram conquistar um pedacinho do coração de Rhine, que é uma garota muito gentil.

Acho que o livro teria sido perfeito se tivesse sido escrito em terceira pessoa ou apresentasse o ponto de vista de algum outro personagem além de Rhine, pois eu consigo definir o que ela passou e um pouco do que ela sentiu, mas fiquei sabendo muito pouco sobre o Gabriel, personagem esse que em vários momentos serviu de alicerce para a mocinha e isso me irritou pois a personagem nunca falou dos seus reais sentimentos e acho que ela estava tão sem chão por estar naquela casa que se apoiou  no Gabriel, que passa pela mesma privação de liberdade que as garotas.

Ele ergueu uma sobrancelha. - Você partiria sem mim?                                                            - Não. - digo. - Eu arrastaria você nem que fosse aos socos e pontapés. - Estou sorrindo, e ele acaba cedendo e me dando um de seus raros sorrisos.                                                            - Você é maluca, sabia? - ele diz.

Acho que a autora explorou pouco os personagens personagens secundários, seus laços sanguíneos e de amizade, ficando a desejar em certos aspectos, houve poucas explicações sobre como o mundo distópico criado pela Lauren DeStefano funciona, sem falar que às vezes a protagonista perdia a identidade, tendo muitas dúvidas e repetindo sempre as mesmas coisas. Também não gostei da forma como o tempo decorrido foi transmitido, é explicado muito mal a passagem do tempo, quando víamos,  de um capítulo para outro, havia se passado 'magicamente' dois meses. O livro se desenvolve de forma calma, sem mistérios, acho que a autora falhou um pouco nesse quesito. 

Mas apesar de tudo, como eu esperava muito pouco desse livro, eu acabei gostando dele, mesmo tendo tido sentimentos contraditórios sobre ele, mesmo com suas falhas, ele foi bem escrito e eu fico imaginando o quão horrível deve ser saber quando você e as pessoas que você ama irão morrer.
É uma distopia bem diferente e criativa, que se foca muito na protagonista e esquece um pouco dos outros personagens (senti falta do romance que eu achei que teria, acho que ele vai ficar para os próximos livros...), pela capa eu imaginei que teria algo de sobrenatural não sei porquê, mas me enganei. Ainda assim estou ansiosa pelo próximo livro que ainda será lançado.

A diagramação de Aprisionada é bela, o papel e o tamanho da letra são confortáveis para leitura, achei essa capa muito bonita (é igual a original) e foi ela que me incentivou a procurar informações sabre a trilogia. Se você gosta de distopia e quer algo realmente diferente e criativo, recomendo que leia Aprisionada.


#1- Aprisionada 
#2 - Febre (ainda será lançado no Brasil, título provisório)
# 3 - Sever (título em inglês)



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