[ENTREVISTA] Helen Fielding autora de Bridget Jones - Mataram Mr. Darcy!!!

Bridget Jones - Louca pelo garoto


O livro mau lançou e a autora Helen Fielding já está sendo bem criticada (inclusive por mim). Motivo? Essa assassina literária matou o Mark Darcy!!!! O nosso moderno, lindo, querido e fofo personagem. Mark é inspirado em Mr. Darcy originalmente do clássico Orgulho e Preconceito de Jane Austen. Muitas pessoas podem não ter lido os livros, mas com certeza viram o filme ''O diário de Bridget Jones'' e conhecem o love dela, o rico, sério e sedutor Mark Darcy. Eu confesso que estou desolada, se virar filme nem quero ver, pois de comédia vai virar um drama. 

Segue abaixo a entrevista cedida pela autora ao Globo Cultura

Após ler a reação do público, pergunto: como você se atreveu?

Antes de mais nada, deixe-me lembrar que Darcy não é uma pessoa real, e eu não sou uma assassina (risos)... Também estou muito triste, porque acho que ele era um homem incrível, uma prova para todos nós de que, por trás de um suéter de veado ou uma roupa esquisita, havia um homem realmente atraente e um verdadeiro cavalheiro. Sua memória continuará no novo capítulo da vida da Bridget. Mas se você é um romancista, escreve de dentro para fora e não o contrário.

A morte dele pode criar alguma desesperança nas mulheres que se identificam com Bridget e buscam o príncipe encantado?

Só fui entender por que o livro se tornou popular numa viagem ao Japão. Uma apresentadora de TV glamourosa, magra e bem-sucedida me disse que se identificava totalmente com a ideia de se sentir gorda ou por baixo. Foi aí que me caiu a ficha. Era o gap entre o que as pessoas pensam ser e o que elas são de fato. Agora, escrevi sobre a diferença entre o que esperamos que seja nossa vida e as coisas que acontecem. A vida é assim. O desafio é saber lidar com o que acontece. A Bridget chegou aos 50 anos. Poucas pessoas chegam a essa idade sem eventos inesperados ou perdas. Ainda assim, seguem adiante, conseguem voltar aos trilhos, encontrar motivos para dar boas risadas, achar graça na vida. Foi sobre isso que eu quis escrever.
Bem diferente dos outros livros...
Eu tinha a opção, após o sucesso dos dois, de continuar fazendo a mesma coisa, mas não quis. A Bridget é muito importante para mim. Gosto da sua personalidade, de fazer piadas sobre coisas que acontecem de verdade e com as quais as pessoas lutam no cotidiano. Foi isso que me motivou. Mas me comovi ao ver que as pessoas ficaram tão aborrecidas, mesmo que Darcy seja um personagem de ficção, porque ele era um ótimo cara.

E o Colin Firth agora?

Vou te dizer o que gostaria de fazer com ele… (risos). Adoro o Colin, nos conhecemos há muito tempo. Ele perguntou outro dia se eu ia parar de chamá-lo de Mr. Darcy. E eu: “Vou, Mr. Darcy”. A presença dele no livro é muito forte…

Como deixar a Bridget viúva, agora com 51 anos?

Uhm... Ela sempre diz que tem 35. Repete o que o Oscar Wilde dizia, que os 35 são a idade perfeita para uma mulher…. Muitas mulheres seguem o mesmo exemplo. Todas temos 35 anos, querida!

Isso significa que este pode ser o último livro, já que ela está envelhecendo?

Não tenho ideia. Este é um dos temas do livro: o desafio é saber lidar com o que vai acontecer. Quem sabe? Eu não esperava escrever esse livro agora...

O que aconteceu para que escrevesse?

Aconteceu. Vivo em Londres, tenho o hábito de escrever um diário, vejo muitas coisas. Com o primeiro livro, a mulher de 30 e poucos anos era tachada de solteirona que temia terminar a vida sozinha. Agora é uma mulher de meia-idade. Elas recebem esse rótulo de inviáveis, velhas. E você olha em volta e vê que elas estão aí, levando a vida, namorando. É preciso uma releitura dessas mulheres, como dizem as amigas da Bridget. Então, resolvi ser corajosa e fazê-la na casa dos 50.

O livro não é meio autobiográfico?

Uma comédia sempre tem um fundo de verdade. Tem a ver com algo que sei que poderia ser verdade. As pessoas me contam coisas. Às vezes num tom de confissão, procurando absolvição. E dá vontade de dizer: Deus te abençoe, minha jovem, você é humana... É um fragmento da vida, não necessariamente a minha, mas a vida como eu a vejo.

A nova Bridget é superconectada, viciada em Twitter. Você também?

A tecnologia, eu coloquei isso no livro, dito pelo filho dela, é o quinto elemento. E ela fica horrorizada. Essa geração sabe como funciona. Para os mais velhos é difícil acompanhar e entender. Essas mensagens são divertidas, temos julgamentos rápidos, e um diálogo ou conexão com os amigos que não gasta muito tempo. Usei o Twittter por algum tempo, mas tive que parar. Se você é um escritor, é perigoso, porque é tão viciante. Estava vivendo a minha vida pelo Twitter. É um universo paralelo. Ótimo, mas perigoso.

Como foi escrever o novo livro?

Escrevi sem falar para ninguém, durante nove meses, sentada praticamente na mesma cadeira diante do meu laptop. Expressando apenas o que eu queria, sem me preocupar. Até terminar não tinha me dado conta de que eu tinha um livro.

Por que você só conta depois de muitas páginas como Darcy morre?

Queria que as pessoas vissem Bridget numa bolha, tentando não lidar com isso, fingindo que estava tudo bem. Foi preciso vê-la desabar, até decidir enfrentar. É mais ou menos assim que acontece na realidade com o luto.

E a relação dela com um garotão?

As mulheres têm sido tão bem-sucedidas, podem fazer tantas coisas. Mas não controlam as crianças nem o sexo. Gosto tanto da ideia de que elas podem simplesmente se livrar do peso de querer controlar tudo. O garotão tem caráter. E rejeita a ideia de que é caçado. Para ele, isso funciona para os dois lados. É uma conexão entre duas pessoas.

Haverá um novo filme?


Honestamente, não sei. Mas adoraria.



O que vocês acharam?



3 comentários

  1. Decepcionada com ela. Como assim ele é apenas um personagem?

    Mas fazia parte da vida de muitas pessoas.

    Sinceramente não curti!

    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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  2. Nita, nunca li essa série, mas vi que várias pessoas ficaram revoltadas com a morte do personagem. Rs! Foi legal ler a entrevista e entender um pouco os motivos dela... Bjs, Isabela.

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  3. Só li o primeiro livro e gostei mais da adaptação pro cinema, do que da leitura em si.


    http://meuhobbyliterario.blogspot.com.br/

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